Anos 70. O mundo não era paz e amor. Guerra Fria, violência, a disputa econômica e ideológica da ex-URSS e dos Estados Unidos, as ruas sujas, a decadência do que se conhecia como mundo. Neste momento, os jovens estavam com medo. Da obrigação de seguir um modelo fracassado de vida e de, por isso mesmo, serem os mesmos e viverem como os velhos pais, o que eles fizeram? Deixaram a raiva aparecer, rasgaram as roupas, inventaram o cabelo moicano, calçaram botas, convenceram a si e aos outros de que era possível fazer o que quer que fosse por si próprio e saíram pra rua. Lá, gritaram bem alto. Acompanhados por três acordes.
Television @ CBGB
O punk é mais, bem mais do que um estilo de música. É um movimento cultural considerado a última grande manifestação jovem de contracultura, é uma revolução que se alastrou pelo mundo através de bandas que eram e são referência. Há quem diga que sua história começou em um domingo escuro de agosto quando uma banda desconhecida chamada Television subiu ao palco de um clube nova-iorquino recém-nova-iorquino: Country Bluegrass Blues que, anos e Ramones depois, se transformou na lendária sigla CBGB. Outros afirmam, com certeza, de que tudo começou de fato na St. Martins Art School, em Londres, com um show do então inédito Sex Pistols. Qual será a resposta correta? Aliás, existe uma resposta?
A partir de hoje, segunda, 5 de novembro do ano fim mundo, vamos – com você – tentar descobrir. O especial MP vai compor uma linha do tempo de passado, presente e futuro do punk, em capítulos semanais aqui na Noize. Para que isso seja, de fato, condizente com a trajetória do movimento, queremos que você esteja nesta conosco. A partir de agora, já, envie ideias de pauta, informações, sugestões de bandas que hoje fazem jus ao que começou em 70 e construa com a gente este documento inédito no país. Porque o grito de Do It Yourself ainda ecoa. mp@noize.com.br
